quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Novas Obras [parte4]

JÚLIO MARTINS DA SILVA (1893 / 1978)
Júlio Martins da Silva nasceu em Icaraí, Niterói, RJ. Desde pequeno manifestou interesse pela literatura, especialmente a poesia. Após a morte do pai, a família se mudou para o Rio de Janeiro, onde começou a prestar serviços domésticos. Empregou-se depois no Hotel Avenida, onde foi cozinheiro até se aposentar. Desenhava sempre com lápis de cor, passando mais tarde, já liberado do trabalho de sobrevivência, a dedicar-se à pintura a óleo. Há, em sua obra, uma atmosfera metafísica, jardins ordenados, árvores e flores meticulosamente trabalhadas, casas e palácios oníricos. A composição guarda uma simetria serena, em que os elementos participam de uma cena idílica.
Bancos no Jardim, Anos 1970, 1980 - Óleo sobre tela

MARIA LIRA (1945)
Maria Lira Marques Borges nasceu em Araçuaí, Minas Gerais, filha de pai sapateiro e mãe lavadeira. Começou, como a maioria das mulheres do Jequitinhonha, trabalhando com o barro, mas nunca se limitou à confecção de utensílios, como panelas e moringas. Suas esculturas traduziam a vida dura do lugar, muitas vezes mescladas de elementos da tradição africana. Em parceria com o frade holandês Francisco van der Poël, tornou-se uma das mais atuantes pesquisadoras da mítica popular da região, conhecendo profundamente suas expressões musicais. A partir de 1994, uma alergia ao barro afastou Maria Lira da cerâmica. Passou então a utilizar como linguagem a pintura sobre papel, criando bichos imaginários, constituindo-se na fase mais significativa de sua obra. Os pigmentos usados são retirados diretamente da terra, depois socados, peneirados e misturados à água e à cola. Suas composições, sempre orquestradas com concisão e inteligência formais, abrigam um vasto repertório de animais que parecem saídos das paredes rupestres.

MESTRE GALDINO (1924 / 1996)
Manoel Galdino de Freitas nasceu na zona rural de São Caetano, Pernambuco, mudando-se para Caruaru em 1940. Instalou-se no Alto do Moura, um núcleo de ceramistas cuja fama cresceu com a presença de Vitalino. Mestre Galdino, entretanto, desenvolveu uma obra longe das influências da produção vigente, singular, na qual figuras imaginárias se reagrupam em composições fantásticas de sabor surrealista, não raro acompanhadas de histórias e poemas. O barro recebe também um tratamento original, elaborado como um tecido, ondulado e nervoso, o que enfatiza o impacto da temática de sua criação.


S/T, Anos 1970 - Escultura em cerâmica, 63 x 32 x 40 cm.

NILSON PIMENTA (1956)
Nascido em Caravelas, Bahia, Nilson Pimenta da Costa mudou-se ainda pequeno com a família para o Mato Grosso. Trabalhou muitos anos nas lavouras de arroz, feijão, milho, amendoim e mandioca. Percorreu o interior do estado, buscando trabalho como peão e cortador de cana até 1978, quando foi morar em Cuiabá. Começou a desenhar com lápis de cor e só entrou em contato com as tintas em 1980. A partir de então, trabalhou como vigia e, mais tarde, como supervisor do Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso. Sua pintura é uma crônica contundente das vivências do lugar, o cultivo na roça, as florestas, os animais da mata, as aves, os acampamentos, o desmatamento. As cores predominantes – o azul do céu, o óxido da terra e o verde das matas – dominam sua paleta, num tratamento de rico grafismo.
Lenheiras na derrubada, 2009 - Acrílico sobre tela, 90 x 130 cm.



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