domingo, 26 de fevereiro de 2012

Para saber mais...Cultura material dos índios Asurini


Você conhece as diferenças culturais entre os índios brasileiros? 
 
Em exposição no Pavilhão das Culturas Brasileiras, a mostra ArteFatos Indígenas, apresenta um pouco desse universo plural que é a cultura dos povos indígenas do país. Confira!


* Todas as imagens foram retiradas do site

 A cultura material asurini compreende os seguintes itens: cerâmica, tecelagem, cestaria, armas, enfeites corporais, bancos de madeira e instrumentos musicais (flautas). A cerâmica e a tecelagem (redes, tipóias, tiras de cabeça e outros enfeites feitos de algodão) estão a cargo da mulher. Os potes de cerâmica servem como recipiente para transportar e depositar água, servir alimentos e prepará-los
ao fogo. Nesse último caso, são vasilhames de barro que se tornam pretos com o uso. Para os demais usos, a cerâmica é decorada com desenhos geométricos.
 
A cerâmica é elaborada a partir de uma argila extraída de depósitos que distam da aldeia em torno de um a dois quilômetros, localizados próximos às margens do rio Xingu. Os vasilhames são confeccionados a partir da técnica do acordelado, ou seja, da sobreposição de roletes. A forma da vasilha vai sendo dada a partir da união dos roletes e com o auxílio de uma espátula de cabaça (kutiapé). É com ela, também, que vai sendo dado o alisamento inicial da peça que, por sua vez, será complementado durante a secagem da mesma, com o auxílio de um coco de inajá (Maximiliam Régia) ou de um seixo rolado. A borda dos vasilhames costuma ser definida com os dedos ou com a utilização de uma espécie de líquen que a torna fina e uniforme. Depois de seca, a vasilha passa por uma queima inicial, sendo colocada junto ao fogo até apresentar sua superfície bem escurecida. Depois, é queimada em atmosfera oxidante com cascas de diferentes tipos de árvores.




O acabamento final das peças não decoradas compreende uma camada de uma substância contida na entrecasca do caule de uma arvore (t(*s)it(*s)i´wa), dando-lhes uma cor marrom-avermelhada. Na pintura das peças decoradas é utilizada matéria-prima mineral, isto é, pequenas pedras de três cores: amarelo (itawá), vermelho (itawapiringi) e preto (itawaondi). Esfrega-se essas pedrinhas em uma outra maior com um pouco de água, obtendo-se então a tinta. O amarelo é usado como fundo, pintando-se com essa cor toda a superfície externa da peça. O preto e o vermelho são usados na elaboração de desenhos geométricos. Estes são feitos com a utilização de pincéis que podem ser feitos de pequenos pedaços de madeira encapados de algodão, talo de folha de palmeira, haste de plantas ou fibra de pena de mutum. Depois de completa a pintura, deixa-se secar. Em seguida, passa-se uma camada de resina da árvore de jatobá (hymenaea), chamada dzotaika, sobre a superfície externa da peça, dando-lhe brilho e fixando a tinta.



Além de cerâmica, são decorados com desenhos geométricos as cuias (gravura), arco e enfeites (traçado). De um vasto repertório de motivos e padrões de desenhos usados na decoração destes itens da cultura material, são tirados também aqueles que ornamentam o corpo tatuado e pintado de jenipapo. Esses desenhos são estilizações de elementos da natureza, bem como representações de seres sobrenaturais ou elementos simbólicos, como Anhynga kwasiat (ser mítico que deu o desenho aos homens) e Taingawa (boneco usado nos rituais xamanísticos e que significa também "imagem, modelo, réplica do ser humano).]



sábado, 25 de fevereiro de 2012

Dica da Semana: Casa do Tatuapé

Você conhece a Casa do Tatuapé? Ela faz parte das construções do Museu da Cidade, e hoje a sessão 'Dica da Semana" indica mais esse local de cultura na cidade.


Clique aqui e conheça o site do Museu Casa do Tatuapé


* O texto abaixo foi retirado do site do Museu Casa do Tatuapé.

A Casa do Tatuapé é uma construção em taipa de pilão, com seis cômodos e dois sótãos, que se diferencia de outros exemplares remanescentes do período colonial por apresentar telhado de apenas “duas águas”.
No inventário de 1698 consta o registro que comprova a construção do imóvel em um terreno que pertencera ao padre Matheus Nunes de Siqueira, que nomeou Mathias Rodrigues da Silva como administrador de seus bens, ficando a este o crédito de ter sido o construtor da casa. Em meados do século XIX, o sítio passou a abrigar uma olaria onde eram fabricadas, exclusivamente, telhas. Entretanto, com a imigração italiana, a olaria passou a fabricar também tijolos. Para que a casa pudesse ser residência e depois olaria era preciso ter água nas cercanias. Este fato explica porque sua implantação esteve vinculada à proximidade de um curso d’água, situação hoje descaracterizada pela retificação do rio Tietê e canalização do córrego do Tatuapé.


Em 1945, após a morte de seu proprietário, Elias Quartim de Albuquerque, o imóvel foi comprado pela Tecelagem Textilia. Com o loteamento da propriedade, a casa restou implantada em um terreno reduzido, cercado por outras construções muito próximas. Sua atual situação urbana impede a compreensão das relações que a Casa do Tatuapé mantinha originalmente com a paisagem.
Três décadas mais tarde a Casa do Tatuapé foi adquirida pela Prefeitura do Município de São Paulo. Entre 1979 e 1980, sob responsabilidade do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), por meio de um projeto realizado em conjunto com o Museu Paulista da USP, foram realizadas pesquisas arqueológicas e, em um segundo momento, o imóvel passou por obras de restauro.
Os trabalhos foram realizados de modo a reconstituir algumas paredes que estavam por desabar, assim como o madeiramento e o telhado. Também foram restauradas as janelas com balaústres e as portas almofadadas. Com o intuito de evidenciar características da época de sua construção, conservou-se nos cômodos o piso em “terra batida”.
Em 1981 a Casa do Tatuapé foi aberta à visitação pública. Em 1991 o imóvel passou por novas obras de preservação, e no ano seguinte a Casa do Tatuapé foi reaberta à população, abrigando atividades sócio-culturais.


SERVIÇO:
O QUÊ? Casa do Tatuapé
ONDE? Rua Guabijú, 49, Tatuapé, São Paulo, SP
CONTATO? Fone 11 2296 4330
QUANDO? Aberta de terça a domingo, das 9 às 17h
QUANTO? Visita orientada. Entrada franca.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Preparando e organizando as ideias: Artistas Mulheres

Você já ouviu falar da artista brasileira Isabel Mendes da Cunha? E de outras artistas mulheres? 

Na produção artística brasileira podemos encontrar muitos exemplos de mulheres que desenvolvem um trabalho bastante importante e reconhecido na área.


Preparando...

É necessário conhecer e estudar cada vez mais o papel das mulheres na arte, pois essa é uma forma de valorizar a cultura e a produção artística de tradição popular, que muitas vezes é passada de mãe para filha. 

Abaixo, apresentamos um pouco da trajetória artística e da produção das peças de Dona Isabel.

Dona Izabel em seu ateliê. Foto autoria desconhecida.


Organizando...
* O texto abaixo foi retirado do site:




Sobre a Artista:

Dona Isabel (1924) é certamente a mais famosa artesã que trabalha com barro no Vale do Jequitinhonha. Exerce o seu ofício, "mexe com o barro", no pequeno vilarejo de Santana do Araçuaí no Município de Ponto dos Volantes. Filha de louçeira, que possuía um saber ancestral obtido de seus antepassados indígenas, cresceu vendo a mãe trabalhar.
No início sua relação com o barro aconteceu como todas as crianças do interior. Na infância modelava com argila objetos para as suas brincadeiras. Foi aí que surgiu o sonho de fazer bonecas que só se materializou muitos anos após, já na idade adulta.
Já casada e depois viúva, Dona Isabel, no esforço de criar seus filhos, fugindo das dificuldades de ganhar o pão de cada dia no trabalho na roça, passou a produzir potes, travessas, figuras de presépios, que eram vendidas nas feiras da região.
Nesta época suas criações se destacavam em meio às outras graças à sua inventividade e o capricho na modelagem e decoração das peças. Muitos anos após, quando foi “descoberta” já com 44 anos, em 1978, é que surgiram suas mais famosas criações - as bonecas - que hoje tem fama no Brasil e no exterior.


Dona Izabel ao lado de seus fornos, Santana do Araçuaí-MG, reprodução fotográfica Noivas da Seca: cerâmica popular do Vale do Jequitinhonha, Editora UNESP, 2008.

Seu trabalho:

Como bonequeira criou imagens representando o povo da região em noite de gala, especialmente mulheres, em diversas situações especiais do cotidiano: Noivas vestidas de branco com arranjos e buquês, noivos elegantemente vestidos com terno e gravata, madrinhas, grávidas amamentando, preparativos para festas, procissões, etc.
Algumas das peças chegam a medir de 1,5 metros de altura. São minuciosamente enfeitadas, decoradas. As mulheres são apresentadas com olhos, cílios, lábios e unhas pintadas, e penteados impecáveis. Todas portam colares, brincos e outros enfeites. Sonhos de glamour de um povo sertanejo sofrido que vive numa das mais pobres regiões do país, assolada regularmente por secas e enchentes.
O acabamento das peças (pintura) é feito usando barro da região "água de barro" de variadas tonalidades, muitas vezes misturados entre si, para a obtenção de outros tons, uma espécie de engobe. O resultado final é uma superfície lustrosa, acetinada, quase sem imperfeições. Em nenhuma momento se aplicam esmaltes (vidrados).

A modelagem com barro:

Os trabalhos produzidos por Dona Isabel, ao contrário do que acontecia no início de sua carreira, são atualmente bastantes valorizadas. Uma boneca de maior tamanho pode chegar a custar milhares de reais, e o atendimento obedece a uma fila de espera.
As peças são modeladas manualmente, com a ajuda de toscas ferramentas, sem o uso do torno de oleiro, com barro de boa qualidade abundante na região, depois de sovado e peneirado. O alisamento da superfície é feito usando sabugo de milho e de outros modos.
As peças são feitas em partes e depois montadas, juntadas. Cabeças, pálpebras, olhos, lábios, boca, nariz, orelha e cabelos.

A queima das peças:

As queimas são realizadas em rústicos fornos a lenha abertos, cuja técnica está plenamente dominada graças ao longo período de prática. Os trabalhos são colocados, na parte inferior, sobre cacos e peças defeituosas. Para evitar manchas há especial cuidado para que as peças não encostem uma nas outras ou na parede do forno. A parte superior do forno é coberta com latas, cacos e peças com defeito visando manter a temperatura estável.
O esquente é feito durante as primeiras horas, lentamente, para que a evaporização da água ocorra sem sobressaltos. Em seguida é o momento de colocar mais lenha para aumentar o fogo e observar, nas horas seguintes, a cor da chama e das peças. Só após o lento esfriamento é possível verificar o resultado da queima.

Dona Izabel modelando uma de suas peças. Reprodução fotográfica do catálogo da exposição "Izabel Mendes da Cunha: Cerâmicas", Galeria Estação, São Paulo, SP, 2010.

Escola de cerâmica:

Dona Isabel criou um estilo próprio de trabalho e repassou o seu conhecimento para todos que a cercam formando uma verdadeira escola de cerâmica. Vários fatores têm influência no resultado final. A escolha do barro, sua preparação e manuseio, a modelagem, o acabamento e pintura, e a queima.
Integram a comunidade de artesãos de Santana do Araçuaí, a maioria mulheres e poucos homens, amigos e parentes (filhas e filho, genro e netas) de Dona Isabel. Maria Madalena (filha), Amadeu casado com Mercina (filho e nora), Glória Maria casada com João Pereira de Andrade (filha e genro).
Muitos estão reunidos na Associação dos Artesãos de Santana do Araçuaí que promove oficinas e onde os artesãos comercializam suas peças: bonecas de variados tamanhos, galinhas, moringas, flores, potes, vasos, figuras de presépios,louça para feijoada e muito mais.


Para pensar...

Acesse o site do Museu da Pessoa e assista um vídeo com depoimento da artista! clique aqui! 


Que outras artistas brasileiras podemos apontar como importantes na produção artística nacional?

Como mostrar a mudança do papel social da mulher na sociedade através de suas produções artísticas?

Que outros papeis importantes na sociedade de hoje as mulheres representam?

Será que esse papel social das mulheres foi sempre do mesmo jeito que vemos hoje?

Que outras discussões podemos levantar a partir dessa questão?


sábado, 18 de fevereiro de 2012

Dica da Semana: Exposições

Essa semana indicamos na coluna "Dica da Semana" duas exposições em cartaz no Museu AfroBrasil. 
Vale a pena conferir!


Exposição: Brincar com Arte – O Brinquedo Popular do Nordeste

A exposição Brincar com Arte – O Brinquedo Popular do Nordeste traz objetos da coleção de David Glat, curador do Museu do Brinquedo Popular na Bahia. A exposição tem uma grande diversidade de objetos, de bonecos representando figuras populares, como bailarinas e forrozeiros, e mitológicas, como o saci e sereias, a miniaturas de veículos feitas de materiais diversos, tais como madeira, arame, tecido e latinhas de refrigerante. O Museu Afro Brasil pretende nessa mostra, com mais de mil itens, pela via da estética, recuperar as raízes brasileiras contidas nesses brinquedos, que embalaram gerações de infâncias de meninos e meninas brasileiros.


Exposição: O sertão: da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste

A mostra tem aproximadamente 800 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, ex-votos, roupas, fotografias, instalações e documentos, reproduzindo o ambiente no qual vive o homem sertanejo. Explora, ainda, sua relação com o místico e com a natureza áspera que o cerca. A exposição conta com cenários e recursos multimídia, com espaços de luz e som, criando uma maior aproximação entre o público e a temática. Sua programação é composta, também, por palestras e oficinas, voltadas à formação educacional tanto de seus visitantes quanto de profissionais da área pedagógica. 


As duas exposições ficam em cartaz até 01 de abril de 2012

Para mais informações acesse o site do Museu AfroBrasil 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Divulgando...Sábado no Pavilhão

A Ação Educativa do Pavilhão das Culturas Brasileiras convida para o evento



“Sábado no Pavilhão”

Os educadores contarão histórias que falam da relação do índio com a natureza e as lendas que explicam a origem da mandioca, do guaraná e das estrelas.



Público-alvo: Todas as idades

Como se inscrever: apresente-se no receptivo do museu 30 min antes

Período da atividade: 25/02/12

Dia da semana e horário: Sábado, 16 horas

Ingresso: Gratuito


Local: Pavilhão das Culturas Brasileiras
Parque do Ibirapuera; acesso portão 10 (entrada em frente ao restaurante The Green)


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Para saber mais: O sistema de arte gráfica dos índios Asurinis


Foto: Fabíola Silva, 1998


Os desenhos geométricos utilizados na decoração do corpo, da cerâmica, das cabaças e outros itens da cultura material Asurini compreendem um sistema de arte gráfica, com uma gramática própria e cujo conteúdo se relaciona a diferentes sistemas de significação.
Esses desenhos são estilizações de elementos de natureza, bem como representações de seres sobrenaturais ou elementos simbólicos, como Anhynga kwasiat (ser mítico que deu o desenho aos homens) e i (boneco usado nos rituais xamanísticos e que significa também "imagem", "modelo", "réplica do ser humano"), respectivamente.
O primeiro motivo aparece também no traçado feito pelos homens, usado na decoração de arcos cerimoniais e enfeites corporais. Da natureza, vários são os elementos estilizados: cipó entremeado na mata (kapuenwi), feijão grande (kumandaoho), pata de jabuti (dzawotsipa(*p)era), rabo de macaco (kaiwarinhyna), favo de mel (ehiraimbawa) e cangote de onça pintada (d(*z)awara(*z)orywa), por exemplo. 



Há motivos de desenho que levam o nome de acordo com sua aplicação em determinadas superfícies: tamaki(*z)oak (pintura de perna), kuaipei (desenhos na cabeça), d(*z)a´ek(~y) (cabeça da d(*z)a´é, nome de uma das peças de cerâmica cuja borda se usa este motivo decorativo).
O enfeite labial chamado Tembekwara também é estilizado, representando-se no desenho de uma de suas partes, a qual dá o nome ao motivo: tembekwá reropitá.

Na decoração do corpo, o significado dessa manifestação artística está relacionado à categorização social dos indivíduos. Os motivos de pintura são comuns a ambos os sexos. A divisão do corpo, entretanto, como critério de distribuição dos desenhos, difere segundo o sexo.
Entre as mulheres, o ventre é marcado por um desenho que divide a parte da frente do corpo em duas, verticalmente.
Entre os homens, esta divisão se dá no sentido horizontal, isto é, obedecendo à mesma divisão da tatuagem: o desenho nos ombros (d(*z)etii´iwapawa) e linhas horizontais, de ombro a ombro, delimitam a parte de cima que não é pintada.
A tatuagem marca, no homem, sua participação nas atividades guerreiras e, na mulher, as fases de ciclo de desenvolvimento biológico e social.




* Textos e imagens retirados do site

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Dica da Semana: Casa da Imagem

Você conhece a Casa da Imagem? A dica da semana de hoje indica mais esse espaço cultural da cidade. Confira!




A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, desenvolve a estruturação da Casa da Imagem, instituição voltada à memória fotográfica da cidade de São Paulo.
Criada para ser a sede do Acervo Iconográfico e promover sua preservação, pesquisa e difusão, esta instituição também desenvolve ações voltadas à memória da imagem documental de nossa cidade.
A iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e do Departamento do Patrimônio Histórico reflete o desejo de valorizar e tornar seus acervos acessíveis. Neste caso, a execução de um amplo programa desenvolvido nos últimos quatro anos possibilitou a implantação do projeto desta nova unidade museológica.

A coleção de 710 mil fotografias passou por detalhada intervenção de conservação preventiva e foi guardada em reserva técnica especialmente projetada para sua tipologia, segundo padrão internacional. Cerca de 130 mil destas imagens foram digitalizadas e, juntamente com suas informações catalográficas, estão disponíveis no banco de dados, possibilitando o gerenciamento da coleção e o resgate de informações, operação que se completará com o acesso pela internet. Neste período também foi desenvolvido um programa de pesquisa junto ao acervo que teve por objetivo situar os autores representados na coleção e contextualiza-los na história da fotografia paulista.

Antecedendo estas ações, a Casa nº 1, assim conhecida pela numeração que recebeu na época de sua construção, foi destinada a abrigar o projeto Casa da Imagem. Em 2009 iniciaram-se as obras de restauro, que incluíram a reparação integral da parte estrutural, adaptação para acessibilidade, rede de lógica e telefonia, instalação do reservatório para combate a incêndio e intervenções nas pinturas ornamentais internas.

Vinculada ao Museu da Cidade de São Paulo, a Casa da Imagem integra uma das 13 edificações históricas que exemplificam a evolução das técnicas construtivas da cidade, representando o uso residencial aristocrático na segunda metade do século XIX. Por ter entre suas atribuições a guarda do Acervo Iconográfico, possui um corpo técnico especializado no seu gerenciamento.

A Casa da Imagem deverá formular estratégias que estimulem a percepção da cidade e sua memória, utilizando como instrumento a qualidade documental das imagens em atestar, reconstituir e analisar a história. Entre suas metas mais desafiadoras, está a proposta de conduzir um conjunto de ações que permitam conhecer o passado de São Paulo sem desqualificar o contemporâneo, mas aí situá-lo, estimulando o desenvolvimento humano e a aproximação da cidade e seu cidadão.  Tornar o acervo acessível proporciona a inclusão do passado e possibilita ao visitante reconhecer-se como parte integrante do processo de desenvolvimento urbano, instrumento fundamental para a compreensão da importância da preservação do patrimônio, bem comum a todos. 

* Texto retirado do site

ATENDIMENTO AO PÚBLICO - SERVIÇO EDUCATIVO

A Casa da Imagem dispõe de serviço educativo para visitas em grupos, visando ampliar o potencial de absorção da experiência. A duração das visitas é de uma hora e conta com o acompanhamento dos Educadores Patrimoniais, que desenvolvem propostas adequadas à faixa etária dos componentes do grupo. É recomendável que o professor do respectivo grupo acompanhe a visita, a fim de que a integração do conhecimento apresentado seja otimizada. 
Por razões de segurança e conforto, os grupos devem ser de, no máximo, 40 pessoas. Para grupos com menores de 17 anos de idade, solicita-se que, a cada grupo de 20 alunos, esteja presente pelo menos um acompanhante responsável. 
O agendamento das visitas em grupo pode ser feito de duas maneiras: preenchendo-se o formulário disponível no link abaixo e devolvendo-o por e-mail, ou pelo telefone (11) 3241 1081, de segunda à sexta, das 10:30h às 14:30h. Nos dois casos, o agendamento deve ser solicitado, no mínimo, três dias antes da data pretendida. 
Também é necessária a confirmação da visitação do grupo até 48 horas antes da data agendada. As visitações em grupos ocorrem de terça à sábado em dois horários: às 10:30h e às 14:30h. Caso haja desistência da visita, pede-se que se comunique o cancelamento com 24 horas de antecedência da data programada para que outros grupos sejam contemplados.

Maiores informaçãoes acesse o site



SERVIÇO:
O QUÊ? Casa da Imagem
ONDE? Rua Roberto Simonsen, 136-B - Centro, São Paulo, SP - Metrô Sé
QUANDO? Visitação de terça-feira a domingo, das 9 às 17h - Consulta ao acervo de terça a sexta-feira, das 9h às 17h
CONTATO? 11 3106 5122B - Entrada franca

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Preparando e Organizando as ideias: Bajado e as festas populares

Você já pensou que a arte pode retratar a cultura de um povo em suas mais diferentes formas? As festas populares são exemplos de como um povo pode pensar e resignificar sua própria cultura. Na sessão de hoje, trouxemos para a reflexão, o artista Bajado, em exposição atualmente no Pavilhão das Culturas Brasileiras, e a temática popular que ele gostava de retratar em suas telas: as festas populares.


 Preparando...

Quem foi Bajado? 



Nascido Euclides Francisco Amâncio em Maraial, PE em 08/12/1912, radicou-se em Olinda a partir de 1930, quando fazia cartazes de cinema e caricaturas. Em 1956 iniciou profissionalmente atividades artísticas, com a pintura de painéis e murais em centros comerciais e na decoração do Carnaval de Olinda. Realizou inúmeras exposições individuais e participou de mais de 100 coletivas.

Integrou o "Movimento da Ribeira", em 1964, passando a enfocar temas de Arte-Sacra e do folclore. Em 1968 expôs na Europa; e, no Brasil, em Cabo Frio, RJ (1978) e no Museu de Arte Contemporânea, PE (1980), quando das comemorações do cinqüentenário da sua obra na Cidade de Olinda. Seus trabalhos figuram em pinacotecas públicas e particulares do Brasil e do Exterior

*Texto retirado do site

Carnaval na Ribeira, 1980 - Pintura sobre madeira, 88 x 120 x cm.

Abaixo, algumas curiosidades sobre o artista:

O apelido Bajado surgiu na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, seu passatempo preferido. Quando foi morar no Recife, arranjou um emprego como letreirista de cartazes e operador de máquina do Cine Olinda, função que exerceu até 1950. Nas horas vagas pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins, ornamentando-os com figuras ou compondo painéis e quadros.
O artista prestou uma grande homenagem ao bloco carnavalesco Donzelinhos dos Milagres que estava encerrando, para sempre, os seus festejos de carnaval, pintando na parede de sua sede os versos: "O mar que levou a praia, levou também Donzelinhos".
O gosto pela arte se manifestou quando Bajado retratou os clubes carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante, O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo.

Em 1964, junto com alguns amigos de profissão, inaugurou o Movimento de Arte da Ribeira, em Olinda, onde passou a expor seus trabalhos. Dentre uma mistura de cores e tintas, Bajado foi capaz de reproduzir inúmeras telas sobre a vida cotidiana, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.
Bajado passou seus últimos dias assistindo filmes antigos na televisão e recordando as peripécias da sua mocidade. O artista plástico faleceu em 1996, aos 84 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Amparo, nº 186, Olinda, imóvel este que lhe foi doado por Baccaro, o seu marchand italiano.

* Texto retirado do site


Organizando...

No Brasil, temos diversas festas populares muito importantes em todas as regi~]oes do país, mas talvez o carnaval seja aquela que pode-se encontrar, de certa maneira, por todo o território. Você diria que a festa do carnaval pode ser considerada arte?


O carnaval é, uma festa de origem pagã e a maior festa popular do Brasil. Acontece, segundo o calendário cristão, entre o Dia de Reis e a Quaresma, durante quatro dias, e termina na quarta-feira de cinzas.
Segundo os estudiosos do tema, o carnaval tem o significado de “adeus à carne” ou “carne nada vale” (que deu origem a própria palavra carnaval), tendo um sentido profundamente místico de desapego ao material ao corpo, sendo semelhante, em muitos aspectos, aos bacanais romanos.

No aspecto cultural o tema carnaval é, sem dúvida, um oportunidade ímpar de desenvolvimento de trabalho e/ou estudo arte-educacional. Basta ver o número de teses que existem sobre cultura e arte popular, escolas de samba e carnaval nas universidades brasileiras. O trabalho educacional de alguns projetos desenvolvidos em torno das comunidades das escolas de samba também é exemplo de utilização positiva do tema em arte-educação.

O carnaval ainda escancara a capacidade e produção artística popular do povo brasileiro e explicita a existência da educação não-formal no espaço carnavalesco, bem como auxilia a construção de identidade artístico-cultural do povo brasileiro. Isso tudo sem nem mencionar o grande teatro que é, em essência, o carnaval! Um dos mais respeitados artistas da Pop Art, o inglês Richard Hamilton, destacou as qualidades que considera ideal para que uma obra de arte possa pertencer à atualidade: transitoriedade, popularidade, sensualidade, humor, glamour, esperteza, jovialidade, produto de massa, e alta rentabilidade financeira (RICHARDS, Hamilton – Pop Art in Concepts of Modern Art. Londres). *


Para pensar mais...

Como pensar a cultura popular através das obras de um artista?
Será possível pensar cultura e tradições populares através da arte?
Como levar e apresentar essas questões em sala de aula?


Outras curiosidades *

O carnaval como conhecemos hoje em dia tem origem na Era vitoriana, lá pelos idos do século XIX, entre Paris, (França) e Veneza (Itália). No Brasil o carnaval chegou por meio do “entrudo” português, onde, segundo as tradições portuguesas, as pessoas se sujavam, umas às outras, com ovos, água e farinha. Como o entrudo acontecia num período anterior a quaresma e tinha um significado ligado à liberdade, este sentido permanece até os dias de hoje no nosso carnaval. O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e, naturalmente, trazia influências das festas carnavalescas da Europa.
No final do século XIX os primeiros blocos carnavalescos são vistos no Brasil, mas é no início do século XX que os “desfiles” começam. Inicialmente, em carros particulares de passeio, as pessoas se fantasiavam e saíam às ruas para se divertir. Alguns historiadores creditam a isso o surgimento dos carros alegóricos. Também no início do século XX acontece o surgimento das “marchinhas”, que são músicas de espírito brincalhão, repetidas pelo povo na alegria e brincadeira de rua.
Com o surgimento da escola de samba Deixa Falar, que posteriormente se tornou a Estácio de Sá, o carnaval passa a assumir o formato tem hoje, de desfile de escolas de samba, mega-evento carioca, famoso em todo o mundo e que já tem em São Paulo uma “derivação” de formato. Pois, no norte e nordeste do Brasil permanecem algumas das tradições portuguesas que, com influências indígenas, africanas (na Bahia, por exemplo) e de outras culturas, foi tomando outros formatos, já consagrados pelo gosto popular brasileiro.

Textos retirado do site

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Dica da Semana: Pinacoteca do Estado de São Paulo

Você conhece a Pinacoteca? Já teve a oportunidade de visitar o prédio e ver as exposições que acontecem ali? Conhece a história e a importância desse prédio atualmente?




Entre as exposições em cartaz, selecionamos aqui uma, para a sessão Dica da Semana!

A exposição Viajantes Contemporâneos fica em cartaz até 01/07/2012.


Com cerca de dez obras, a mostra apresenta a produção de artistas contemporâneos, Cildo Meireles, Carla Zaccagnini, João Modé, Vicente de Mello, João Musa, Rivane Neuenschwander, entre outros, feita na condição de viajantes, por conta de programas como residências, feiras e bienais. Pretende mostrar trabalhos que, a exemplo dos viajantes do século passado, trazem para o Brasil um pouco do lugar visitado, numa operação de desterritorialização simbólica e cultural, em conformidade com os processos da globalização. Com curadoria de Ivo Mesquita, curador chefe da Pinacoteca do Estado.*

* Texto retirado do site:


SERVIÇO:

O QUE? Pinacoteca do Estado de São Paulo
ONDE? Praça da Luz, 2, São Paulo, SP - Tel. 55 11 3324-1000
QUANDO? Terça a domingo das 10h às 17h30 com permanência até as 18h 
QUANTO? Ingresso combinado (Pinacoteca e Estação Pinacoteca): R$ 6,00 e R$ 3,00
Grátis aos sábados.
Estudantes com carteirinha pagam meia entrada.
Crianças com até 10 anos e idosos maiores de 60 anos não pagam.

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