domingo, 8 de abril de 2012

PARA SABER MAIS... GTO (Geraldo Teles de Oliveira)

G.T.O. (1913 Itapecerica, MG / 1990 Divinópolis, MG passou a infância e a juventude em Divinópolis (MG). Aos 28 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ), onde trabalhou como moldador, funileiro e fundidor. De volta a Divinópolis, em 1951, conseguiu emprego como vigia noturno do hospital São José, onde foi internado para tratamento de saúde. A pedido do padre, esculpe uma imagem para a igreja do Bom Jesus, perto da sua casa. Revelado por um arquiteto mineiro, o trabalho de G.T.O. foi logo comercializado por galerias de arte.



Em 1973 integrou grande exposição sobre o Brasil em Bruxelas e depois em Paris. Consta de “Entre dois séculos”, de Roberto Pontual (1987), resumo da arte brasileira no século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Tem trabalhos nos principais museus de arte popular do país. 
Mestre da linguagem universal, Geraldo Teles de Oliveira – G.T.O. – recorre apenas à figura humana, esquemática e repetida, aliada aos símbolos geométricos do círculo e do retângulo, para construir à imagem de si mesmo o grande edifício metafísico que é a sua escultura. 



Sua excelência já era unanimidade nacional no fim da década de 1960. Participando de várias exposições coletivas em países europeus e americanos, ele foi indicado para as Bienais de São Paulo de 1969 e 1971. 
O seu trabalho se organiza quer na vertical, quer centrado no círculo. A pluralidade de suas figuras termina por construir imagens de grande equilíbrio e unidade formal. Nas “Rodas Vivas” de G.T.O. o centro é comumente sugerido, mas quase nunca configurado, como nas mandalas orientais. Em “Mitopóetica de nove artistas brasileiros” (1975), reparei ainda na emulação entre abstração e figura na construção da sua linguagem plástica. A multiplicidade de elementos figurais resulta numa trama uníssona que as dissolve no ritmo dos cheios e vazados. Nos blocos formados pelas figuras, a rede humana toca-se pelas extremidades, mãos, pés, cabeças, formando elos infinitos. 



A mão espalmada, ou tocando outra figura, é o grande elemento de ligação entre os corpos. Barbas e cabelos, por estarem situados na cabeça, sede da espiritualidade, associam-se a esta conotação e irradiam energia. G.T.O. disse-me a respeito de uma firua: “Este aqui é Jesus Cristo, trazendo o povo nas barbas.” O chapéu, além de indicação de virilidade, acentua a importância da cabeça e, por extensão, do pensamento. Os sapatos, além do seu significado fálico, representam ainda o ponto de contato do homem com a terra. Acham-se num nível de passagem, travessia, e são também pontos de ligação entre os módulos humanos. 

A cabeça, também símbolo da virilidade, é, na arte medieval, com a qual a arte de G.T.O. tem afinidade natural, emblema da mente e da vida espiritual. A figura humana invertida, que igualmente povoa as “Rodas Vivas”, indica a ambivalência dos opostos, colocados acima e abaixo de um eixo horizontal. O mundo fenomênico torna-se então um processo de perpétua inversão: paz/guerra, paraíso/inferno.G.T.O. declarou: “Eu tenho que pôr tudo aí dentro na minha arte, bom e mau, mau e bom, porque tem tudo.” 



* Fonte: “Pequeno Dicionário do Povo Brasileiro” – Lélia Coelho Frota – Clique Aqui

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sábado, 7 de abril de 2012

Dica da Semana: Beco do Pinto

A dica da semana de hoje é o Beco do Pinto. 
Você conhece esse lugar?



A Casa da Imagem administra o Beco do Pinto, antiga passagem entre o Solar da Marquesa de Santos e a Casa nº 1, atualmente destinado a abrigar projetos de artistas contemporâneos desenvolvidos especialmente para o espaço. 
O Beco do Pinto, conhecido também como Beco do Colégio, era uma passagem utilizada na São Paulo colonial para o trânsito de pessoas e animais, ligando o largo da Sé à várzea do rio Tamanduateí. Atualmente, juntamente com a Casa da Imagem e o Solar da Marquesa de Santos, constitui um significativo conjunto arquitetônico, histórico e cultural.



Seu nome relaciona-se ao sobrenome do proprietário da casa ao lado do logradouro, o Brigadeiro José Joaquim Pinto de Moraes Leme, e às suas desavenças com os vizinhos e a Municipalidade por ter fechado o acesso ao Beco em 1821. Em 1826, a passagem foi reaberta e recebeu da Câmara o nome oficial de Beco do Colégio. No ano de 1834, a Marquesa de Santos, ao comprar este imóvel de um dos herdeiros do Brigadeiro Pinto, conseguiu, da Câmara, o fechamento da passagem. Após a abertura da ladeira do Carmo em 1912, atual Av. Rangel Pestana, o Beco perdeu sua função e foi definitivamente desativado.




Vestígios de calçadas do século XVIII em dolomita, tijolo e paralelepípedo, assim como fragmentos de louça, vidro, cerâmica, ossos e grafite e, também, material usado para autópsia como estiletes e facas pertencentes à delegacia de polícia que funcionou no local no início do século XX, foram coletados durantes as prospecções arqueológicas executadas pelo convênio de 1979, firmado entre a Prefeitura e o Museu Paulista.
As escadas, grades e portões foram executados de forma a implementar uma versão moderna, sem perder as características anteriores. Vitrines com vestígios dos antigos calçamentos foram montadas no local nas obras de restauro da década de 1990, quando passou a integrar o circuito cultural da cidade de São Paulo.


* O texto e as imagens foram retirados do site

SERVIÇO
O QUÊ? Beco do Pinto
QUANDO? Funcionamento de terça a domingo, das 9h às 17h
QUANTO? Entrada gratuita
ONDE? Endereço:Rua Roberto Simonsen, s/nº - Centro 
CEP 01017-020 - S Paulo-SP
Metrô Sé
CONTATO? (11) 3106-5122 - contato.casai@prefeitura.sp.gov.br

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domingo, 1 de abril de 2012

Preparando e Organizando as ideias: Quem são os indígenas no Brasil?

Em pleno século XXI a grande maioria dos brasileiros ignora a imensa diversidade de povos indígenas que vivem no país. Estima-se que, na época da chegada dos europeus, fossem mais de 1.000 povos, somando entre 2 e 4 milhões de pessoas. Atualmente encontramos no território brasileiro 238 povos, falantes de mais de 180 línguas diferentes.



Preparando...

Os povos indígenas somam, segundo o Censo IBGE 2010, 817.963 pessoas. Destas, 315.180 vivem em cidades e 502.783 em áreas rurais, o que corresponde aproximadamente a 0,42% da população total do país.

A maior parte dessa população distribui-se por milhares de aldeias, situadas no interior de 670 Terras Indígenas, de norte a sul do território nacional.


Organizando...

A expressão genérica povos indígenas refere-se a grupos humanos espalhados por todo o mundo, e que são bastante diferentes entre si. É apenas o uso corrente da linguagem que faz com que, em nosso país e em outros, fale-se em povos indígenas, ao passo que, na Austrália, por exemplo, a forma genérica para designá-los seja aborígines.

O que todos os povos indígenas têm em comum? Antes de tudo, o fato de cada qual se identificar como uma coletividade específica, distinta de outras com as quais convive e, principalmente, do conjunto da sociedade nacional na qual está inserida.

Indígena ou aborígine, como ensina o dicionário, quer dizer "originário de determinado país, região ou localidade; nativo". Aliás, nativos e autóctones são outras expressões usadas, ao redor do mundo, para denominar esses povos.


Para pensar...

Falar, hoje, em povos indígenas no Brasil significa reconhecer, basicamente, seis coisas:

* Nestas terras colonizadas por portugueses, onde viria a se formar um país chamado Brasil, já havia populações humanas que ocupavam territórios específicos;

* Não sabemos exatamente de onde vieram; dizemos que são "originárias" ou "nativas" porque estavam por aqui antes da ocupação européia;

* Certos grupos de pessoas que vivem atualmente no território brasileiro estão historicamente vinculados a esses primeiros povos;

* Os índios que estão hoje no Brasil têm uma longa história, que começou a se diferenciar daquela da civilização ocidental ainda na chamada "pré-história" (com fluxos migratórios do "Velho Mundo" para a América ocorridos há dezenas de milhares de anos); a história "deles" voltou a se aproximar da "nossa" há cerca de, apenas, 500 anos (com a chegada dos portugueses);

* Como todo grupo humano, os povos indígenas têm culturas que resultam da história de relações que se dão entre os próprios homens e entre estes e o meio ambiente; uma história que, no seu caso, foi (e continua sendo) drasticamente alterada pela realidade da colonização;

* A divisão territorial em países (Brasil, Venezuela, Bolívia etc.) não coincide, necessariamente, com a ocupação indígena do espaço; em muitos casos, os povos que hoje vivem em uma região de fronteiras internacionais já ocupavam essa área antes da criação das divisões entre os países; é por isso que faz mais sentido dizer povos indígenas no Brasil do que do Brasil.
  
* Fonte texto e foto: clique aqui 

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