quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Novas Obras [parte3]

IRINÉIA (1948)
Irinéia Rosa Nunes da Silva nasceu em Muquém, um povoado remanescente de quilombolas de União dos Palmares, Alagoas. Quando criança, fabricava bichos, bonecas e utensílios em miniatura, seguindo a tradição da comunidade, que produz e vende potes e panelas de barro. Indo além da produção convencional, Irinéia cria figuras humanas, às vezes de corpo inteiro, outras vezes só a cabeça, como nos familiares ex-votos. Suas formas guardam a sensualidade do barro, o resíduo das mãos que o modelam, a força dos personagens que dele nascem.

ISABEL MENDES DA CUNHA (1924)
Isabel Mendes da Cunha, a Dona Isabel, nasceu em Itinga, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Filha de pai lavrador e mãe paneleira, trabalhava na lavoura e, nas horas de folga, auxiliava a mãe na fabricação de utensílios de cerâmica. No final da década de 1970 começou a criar noivas, noivos, mulheres amamentando e moças de grande formato. Suas fisionomias retratam muito bem as mulheres da região, caboclas de aspecto sólido, o maxilar levemente prognata, as maçãs altas e os olhos proeminentes. Dona Isabel é responsável também pelo surgimento de muitos outros escultores na região, que tratam a cerâmica como linguagem artística.

JOSÉ BEZERRA (1952)
José Bezerra nasceu em Buíque, Pernambuco. Filho de barbeiro, sempre viveu no Vale do Catimbau, trabalhando na lavoura. Em 2002, teve um sonho no qual uma voz lhe dizia de se dedicar à arte e mostrando-lhe uma figura humana esculpida. Desde então, José Bezerra cria esculturas em madeira. São figuras que nascem da intervenção sobre pedaços de troncos, galhos e raízes encontrados, nos quais o artista ressalta as formas que o seu olhar detecta e sua imaginação sugere.
Ema, 2008 - Escultura em madeira, 76 x 74 x 30 cm. Doação Vilma Eid


JOSÉ VALENTIM ROSA (1914 / 1999)

José Valentim Rosa nasceu em Carandaí, Minas Gerais, neto de escravo. Ao perder o pai quando ainda era criança, Valentim Rosa interrompe seus estudos para trabalhar e ajudar no sustento da família. Mais tarde, emprega-se na Central do Brasil, onde desempenhava a função de sentinela nos cruzamentos dos trens pelos subúrbios de Belo Horizonte, para onde mudara. Assim que se aposentou, começou a esculpir em madeira. Sua primeira escultura foi a representação de um anjo que, segundo o artista, lhe surgira quando menino e lhe curara de feridas em todo o corpo. A partir daí, foi criando outras obras, figuras imaginárias, cabeças masculinas, grandes aranhas e monstros marinhos, dando à madeira um tratamento de estrias, ondas e caneluras. Quando em processo de criação isolava-se completamente, mergulhando no que ele descrevia como “o fundo do mar”. 


S/T [Figura], 1982 - Escultura em madeira, 74 x 24 x 24 cm.




[continua]

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