terça-feira, 2 de agosto de 2011

Novas Obras são Incorporadas ao Acervo [parte2]

CIÇA (1935)
Cícera Fonseca da Silva nasceu em Juazeiro do Norte, Ceará. Na infância fabricava panelinhas e pequenos bichos de barro para vender nas feiras. Filha de pais agricultores e precisando ajudar a família, não frequentou escola por mais do que um ano. Voltou à cerâmica aos 26 anos e depois de casada. Na década de 1960, começou a fazer figuras de santos e de cenas regionais. No Carnaval de 1972, a pedido de um amigo, começou a fazer as máscaras, que se tornariam sua obra mais marcante. Apesar da imensa quantidade delas, Ciça nunca as repete. Cada máscara encerra uma sábia modernidade, conjugando massas e linhas em pequenos relevos coloridos.

Máscara, 2001,2002 - Cerâmica Policromada

CHICO DA SILVA (1910 / 1985)
Francisco Domingos da Silva nasceu em Alto Tejo, no Acre. Ainda pequeno, mudou-se com a família para uma fazenda em Quixadá, no Ceará. Começou pintando, com pigmentos vegetais e carvão, pássaros e dragões gigantes sobre as paredes das casas dos pescadores. Em 1943, incentivado pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz, Chico da Silva passa a usar o guache, técnica que caracterizaria grande parte de sua produção. Nas décadas de 1940 a 1960 o artista obteve expressivo reconhecimento, expondo no país e no exterior e participando de bienais. Sua pintura, marcada por rico cromatismo e invenções gráficas inusitadas, é uma expressão genuína do imaginário amazônico, no que ele contém de mistério e mítica.

CHICO TABIBUIA (1936 / 2007)
Francisco Moraes da Silva recebeu o seu apelido da madeira que retirava para fazer suas esculturas. Nascido em Aldeia Velha, Estado do Rio, Chico Tabibuia só foi registrado em Casimiro de Abreu aos 36 anos, devido ao grau de miséria e marginalidade da família. Aos dez anos, confeccionou seu primeiro “boneco”, contendo já características da obra que realizaria mais tarde, como o aspecto explícito do sexo. Depois de frequentar os terreiros de umbanda durante a adolescência, converteu-se à Assembleia de Deus. Passou a esculpir, então, figuras vigorosas inspiradas nos Exus, em suas múltiplas visões, como uma forma de exorcismo e louvação. Além da monumentalidade, há em sua obra uma forte conotação erótica, vital, exacerbando os aspectos masculino e feminino.

GTO (1913 / 1990)
Geraldo Teles de Oliveira nasceu em Itapecerica, Minas Gerais, mudando-se logo para Divinópolis, onde viveu. Depois de exercer diferentes ofícios, conseguiu um emprego de vigia noturno num hospital. Trocando a noite pelo dia, nas poucas horas em que dormia, tinha sonhos reveladores. Em um deles, uma escultura lhe aparecia pronta, em detalhes, acompanhada do sentimento inequívoco de força divina e missão de vida. A partir daí, dedicou-se inteiramente à sua criação artística. Sua obra é marcada, ao mesmo tempo, pelo sincretismo brasileiro e pela universalidade. Em blocos de madeira rendada pela talha aparentemente rude, mas certeira, negros, índios e brancos dançam coreografias imaginárias, reagrupados em totens e mandalas de reminiscências orientais.
 S/T, Anos 1970 - Escultura em Madeira

 [continua]

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