quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Preparando e organizando as ideias: Você sabe o que é Patrimônio imaterial?

Você sabe o que é Patrimônio imaterial? *


Segundo a Unesco, Patrimônio cultural imaterial compreende “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados e que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”.
Transmitido de geração em geração, esse patrimônio é mantido e permanentemente recriado pelas comunidades e grupos em função de sua interação com o meio em que vivem e com a sociedade mais ampla.


Inventário e registro
O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular desenvolveu, de 2001 a 2006, o Projeto Celebrações e saberes da cultura popular, experiência piloto de política integrada de patrimônio que buscava testar os instrumentos implementados em 2000 no âmbito do Programa Nacional de Patrimônio imaterial – Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) e Registro nos livros do Patrimônio imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – e combiná-los com linhas de ação e instrumentos já utilizados em seus projetos: repasse de saberes, valorização, pesquisa e documentação, apoio e difusão de expressões da cultura popular por diferentes mídias, integrando diferentes linhas de ação do CNFCP. 

Veja mais
O Projeto inventariou as cerâmicas de Candeal (MG) e de Rio Real (BA); o bumba-meu-boi do Maranhão; a festa do Divino maranhense no Rio de Janeiro; o artesanato de cuias no Baixo Amazonas; a farinha de mandioca e o tacacá, no Pará; o modo de fazer a viola de 10 cordas do Alto e Médio São Francisco, em Minas Gerais.
Também foram inventariados pelo CNFCP o ofício das baianas de acarajé em Salvador (BA); o modo de fazer a viola-de-cocho de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; e o jongo na Região Sudeste, que mereceram registro pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil. 

Ações de salvaguarda
A partir dos inventários, a implementação do terceiro instrumento previsto, o Plano de salvaguarda, objetiva apoiar a continuidade dos bens registrados de modo sustentável. Para isso, foram delineadas ações no sentido da melhoria das condições sociais e materiais de transmissão e reprodução que possibilitem sua existência.
As ações prioritárias nos Planos de salvaguarda do jongo, do ofício das baianas de acarajé e o do modo de fazer viola-de-cocho, pautadas pelas questões observadas nos inventários e debatidas com os segmentos sociais envolvidos e interessados, se estruturam em duas linhas gerais: difusão – produção de filmes, cd-rom's e impressos – e articulação/fortalecimento de grupos e comunidades – reuniões, oficinas etc.

* Este texto foi retirado do site do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular




Para pensar...


Como tratar da questão do patrimônio imaterial, sendo esse um conjunto de representações, expressões, conhecimentos e técnicas vindas de lugares e comunidades culturais geralmente tão diferentes entre si?


Que formas de abordar esse tema podem ser discutidos e pensados para aproximar essa questão dentro de sala de aula?


Que outros exemplos de patrimônio imaterial reconhecidos no Brasil você conhece?



domingo, 11 de dezembro de 2011

Para saber mais...

Na sessão Para saber mais... de hoje, vamos falar sobre a pluralidade cultural existente em nosso país. O Brasil é um território povoado e construído por muitas culturas diferentes, onde cada uma do seu jeito, com seus valores e tradições ajudaram a formar o cidadão brasileiro.

Entre as muitas culturas existentes em nosso país, destacamos hoje a cultura Afro. Por muitas vezes subjugada e excluída, a cultura afro-brasileira é parte importante e constitutiva da nação, e possui diversas questões particulares que merecem ser preservadas e divulgadas para todas as pessoas.

Você sabia que existe um museu que trata do universo da Cultura Afro-Brasileira?

Entre no site do Museu Afro Brasil (http://www.museuafrobrasil.org.br/) e descubra a variedade de informações sobre essa cultura tão importante e significativa para todos os brasileiros.


Atualmente o Museu Afro-Brasil está com uma exposição em cartaz que fala sobre o sertão brasileiro. Veja abaixo algumas informações que foram retiradas do site do museu:



O Sertão: da Caatinga, dos Santos, dos Beatos e dos Cabras da Peste
Iniciando as celebrações de seu sétimo aniversário, o Museu Afro Brasil, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, abre a exposição O sertão: da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste. A mostra tem aproximadamente 800 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, ex-votos, roupas, fotografias, instalações e documentos, reproduzindo o ambiente no qual vive o homem sertanejo. Explora, ainda, sua relação com o místico e com a natureza áspera que o cerca. A exposição conta com cenários e recursos multimídia, com espaços de luz e som, criando uma maior aproximação entre o público e a temática. Sua programação é composta, também, por palestras e oficinas, voltadas à formação educacional tanto de seus visitantes quanto de profissionais da área pedagógica.


Exposição: O sertão: da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste
Curadoria: Emanoel Araujo
Período: de 21 de outubro de 2011 a 01 de abril de 2012

sábado, 26 de novembro de 2011

Preparando e Organizando as ideias: Produção Indígena é arte?

A sessão Preparando e Organizando as Ideias, trás hoje uma questão para ser pensada e discutida. A produção de objetos indígenas é arte?

Se pensarmos que Arte é uma categoria criada pelo homem ocidental, (e aqui, temos que entender qual homem ocidental estamos tratando: europeu, branco, classe dominante historicamente) e que, mesmo no ocidente, o que deve ou não deve ser considerado arte está longe de ser um consenso, o que podemos dizer da aplicação desse termo em manifestações plásticas de povos que nem ao menos possuem palavra correspondente em suas respectivas línguas?

* Imagem retirada do site do Instituto Socioambiental


Encontramos um texto sobre essa questão no site do Instituto Socioambiental. Abaixo um trecho:


O assunto é complexo e, a despeito da inadequação do termo, muitas obras indígenas têm impactado a sensibilidade e/ou a curiosidade do “homem branco” desde o século XVI, época em que os europeus aportaram nas terras habitadas pelos ameríndios. Nesse período, objetos confeccionados por esses povos eram colecionados por reis e nobres como espécimes “raros” de culturas “exóticas” e “longínquas”.

Até hoje, uma certa concepção museológica dos artefatos indígenas continua a vigorar no senso comum. Para muitos, essas obras constituem “artesanato”, considerado uma arte menor, cujo artesão apenas repete o mesmo padrão tradicional sem criar nada novo. Tal perspectiva desconsidera que a produção não paira acima do tempo e da dinâmica cultural. Ademais, a plasticidade das obras resulta da confluência de concepções e inquietações coletivas e individuais, apesar de não privilegiar este último aspecto, como ocorre na arte ocidental. Confeccionados para uso cotidiano ou ritual, a produção de elementos decorativos não é indiscriminada, podendo haver restrições de acordo com categorias de sexo, idade e posição social. Exige ainda conhecimentos específicos acerca dos materiais empregados, das ocasiões adequadas para a produção etc.


Outras leituras
Para saber mais sobre o assunto, ver o artigo de Lúcia Hussak van Velthen, “Em outros tempos e nos tempos atuais: arte indígena”, no catálogo Artes Indígenas - Mostra do Redescobrimento, Fundação Bienal de SP (2000), e o livro Grafismo Indígena: Estudos de Antropologia Estética, organizado por Lux Vidal, Edusp/Nobel (2001)




E você, o que pensa? Como levar essa discussão para a sala de aula? Como tratar a questão indígena através da arte? Que relações de semelhanças e diferenças podemos fazer sobre essa questão, se pensarmos numa história da arte não linear, que está fora dos livros tradicionais da arte?

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