domingo, 5 de fevereiro de 2012

Preparando e Organizando as ideias: Bajado e as festas populares

Você já pensou que a arte pode retratar a cultura de um povo em suas mais diferentes formas? As festas populares são exemplos de como um povo pode pensar e resignificar sua própria cultura. Na sessão de hoje, trouxemos para a reflexão, o artista Bajado, em exposição atualmente no Pavilhão das Culturas Brasileiras, e a temática popular que ele gostava de retratar em suas telas: as festas populares.


 Preparando...

Quem foi Bajado? 



Nascido Euclides Francisco Amâncio em Maraial, PE em 08/12/1912, radicou-se em Olinda a partir de 1930, quando fazia cartazes de cinema e caricaturas. Em 1956 iniciou profissionalmente atividades artísticas, com a pintura de painéis e murais em centros comerciais e na decoração do Carnaval de Olinda. Realizou inúmeras exposições individuais e participou de mais de 100 coletivas.

Integrou o "Movimento da Ribeira", em 1964, passando a enfocar temas de Arte-Sacra e do folclore. Em 1968 expôs na Europa; e, no Brasil, em Cabo Frio, RJ (1978) e no Museu de Arte Contemporânea, PE (1980), quando das comemorações do cinqüentenário da sua obra na Cidade de Olinda. Seus trabalhos figuram em pinacotecas públicas e particulares do Brasil e do Exterior

*Texto retirado do site

Carnaval na Ribeira, 1980 - Pintura sobre madeira, 88 x 120 x cm.

Abaixo, algumas curiosidades sobre o artista:

O apelido Bajado surgiu na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, seu passatempo preferido. Quando foi morar no Recife, arranjou um emprego como letreirista de cartazes e operador de máquina do Cine Olinda, função que exerceu até 1950. Nas horas vagas pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins, ornamentando-os com figuras ou compondo painéis e quadros.
O artista prestou uma grande homenagem ao bloco carnavalesco Donzelinhos dos Milagres que estava encerrando, para sempre, os seus festejos de carnaval, pintando na parede de sua sede os versos: "O mar que levou a praia, levou também Donzelinhos".
O gosto pela arte se manifestou quando Bajado retratou os clubes carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante, O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo.

Em 1964, junto com alguns amigos de profissão, inaugurou o Movimento de Arte da Ribeira, em Olinda, onde passou a expor seus trabalhos. Dentre uma mistura de cores e tintas, Bajado foi capaz de reproduzir inúmeras telas sobre a vida cotidiana, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.
Bajado passou seus últimos dias assistindo filmes antigos na televisão e recordando as peripécias da sua mocidade. O artista plástico faleceu em 1996, aos 84 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Amparo, nº 186, Olinda, imóvel este que lhe foi doado por Baccaro, o seu marchand italiano.

* Texto retirado do site


Organizando...

No Brasil, temos diversas festas populares muito importantes em todas as regi~]oes do país, mas talvez o carnaval seja aquela que pode-se encontrar, de certa maneira, por todo o território. Você diria que a festa do carnaval pode ser considerada arte?


O carnaval é, uma festa de origem pagã e a maior festa popular do Brasil. Acontece, segundo o calendário cristão, entre o Dia de Reis e a Quaresma, durante quatro dias, e termina na quarta-feira de cinzas.
Segundo os estudiosos do tema, o carnaval tem o significado de “adeus à carne” ou “carne nada vale” (que deu origem a própria palavra carnaval), tendo um sentido profundamente místico de desapego ao material ao corpo, sendo semelhante, em muitos aspectos, aos bacanais romanos.

No aspecto cultural o tema carnaval é, sem dúvida, um oportunidade ímpar de desenvolvimento de trabalho e/ou estudo arte-educacional. Basta ver o número de teses que existem sobre cultura e arte popular, escolas de samba e carnaval nas universidades brasileiras. O trabalho educacional de alguns projetos desenvolvidos em torno das comunidades das escolas de samba também é exemplo de utilização positiva do tema em arte-educação.

O carnaval ainda escancara a capacidade e produção artística popular do povo brasileiro e explicita a existência da educação não-formal no espaço carnavalesco, bem como auxilia a construção de identidade artístico-cultural do povo brasileiro. Isso tudo sem nem mencionar o grande teatro que é, em essência, o carnaval! Um dos mais respeitados artistas da Pop Art, o inglês Richard Hamilton, destacou as qualidades que considera ideal para que uma obra de arte possa pertencer à atualidade: transitoriedade, popularidade, sensualidade, humor, glamour, esperteza, jovialidade, produto de massa, e alta rentabilidade financeira (RICHARDS, Hamilton – Pop Art in Concepts of Modern Art. Londres). *


Para pensar mais...

Como pensar a cultura popular através das obras de um artista?
Será possível pensar cultura e tradições populares através da arte?
Como levar e apresentar essas questões em sala de aula?


Outras curiosidades *

O carnaval como conhecemos hoje em dia tem origem na Era vitoriana, lá pelos idos do século XIX, entre Paris, (França) e Veneza (Itália). No Brasil o carnaval chegou por meio do “entrudo” português, onde, segundo as tradições portuguesas, as pessoas se sujavam, umas às outras, com ovos, água e farinha. Como o entrudo acontecia num período anterior a quaresma e tinha um significado ligado à liberdade, este sentido permanece até os dias de hoje no nosso carnaval. O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e, naturalmente, trazia influências das festas carnavalescas da Europa.
No final do século XIX os primeiros blocos carnavalescos são vistos no Brasil, mas é no início do século XX que os “desfiles” começam. Inicialmente, em carros particulares de passeio, as pessoas se fantasiavam e saíam às ruas para se divertir. Alguns historiadores creditam a isso o surgimento dos carros alegóricos. Também no início do século XX acontece o surgimento das “marchinhas”, que são músicas de espírito brincalhão, repetidas pelo povo na alegria e brincadeira de rua.
Com o surgimento da escola de samba Deixa Falar, que posteriormente se tornou a Estácio de Sá, o carnaval passa a assumir o formato tem hoje, de desfile de escolas de samba, mega-evento carioca, famoso em todo o mundo e que já tem em São Paulo uma “derivação” de formato. Pois, no norte e nordeste do Brasil permanecem algumas das tradições portuguesas que, com influências indígenas, africanas (na Bahia, por exemplo) e de outras culturas, foi tomando outros formatos, já consagrados pelo gosto popular brasileiro.

Textos retirado do site

2 comentários:

  1. Olá Educadores, sou formada em Artes Plásticas e o tema do meu trabalho de conclusão foi a Cultura Popular nas Artes Visuais, com esse trabalho pude descobrir muito, pois não só pesquisei sobre cultura popular, mas também sobre artistas que representaram manifestações populares em suas obras.

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    1. Olá, que bom que existem outras pessoas pesquisando sobre o tema da cultura popular. A ação educativa criou o blog com o intuito de divulgar o tema e nosso trabalho, além de criar reflexões e discussões para os pesquisadores e interessados no assunto. Contamos sempre com sua participação, para trazer mais assuntos ao blog. Em breve teremos mais novidades! Fique atenta!

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