CIÇA (1935)
Cícera Fonseca da Silva nasceu em Juazeiro do Norte , Ceará. Na infância fabricava panelinhas e pequenos bichos de barro para vender nas feiras. Filha de pais agricultores e precisando ajudar a família, não frequentou escola por mais do que um ano. Voltou à cerâmica aos 26 anos e depois de casada. Na década de 1960, começou a fazer figuras de santos e de cenas regionais. No Carnaval de 1972, a pedido de um amigo, começou a fazer as máscaras, que se tornariam sua obra mais marcante. Apesar da imensa quantidade delas, Ciça nunca as repete. Cada máscara encerra uma sábia modernidade, conjugando massas e linhas em pequenos relevos coloridos.
CHICO DA SILVA (1910 / 1985)
Francisco Domingos da Silva nasceu em Alto Tejo , no Acre. Ainda pequeno, mudou-se com a família para uma fazenda em Quixadá, no Ceará. Começou pintando, com pigmentos vegetais e carvão, pássaros e dragões gigantes sobre as paredes das casas dos pescadores. Em 1943, incentivado pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz, Chico da Silva passa a usar o guache, técnica que caracterizaria grande parte de sua produção. Nas décadas de 1940 a 1960 o artista obteve expressivo reconhecimento, expondo no país e no exterior e participando de bienais. Sua pintura, marcada por rico cromatismo e invenções gráficas inusitadas, é uma expressão genuína do imaginário amazônico, no que ele contém de mistério e mítica.
CHICO TABIBUIA (1936 / 2007)
Francisco Moraes da Silva recebeu o seu apelido da madeira que retirava para fazer suas esculturas. Nascido em Aldeia Velha , Estado do Rio, Chico Tabibuia só foi registrado em Casimiro de Abreu aos 36 anos, devido ao grau de miséria e marginalidade da família. Aos dez anos, confeccionou seu primeiro “boneco”, contendo já características da obra que realizaria mais tarde, como o aspecto explícito do sexo. Depois de frequentar os terreiros de umbanda durante a adolescência, converteu-se à Assembleia de Deus. Passou a esculpir, então, figuras vigorosas inspiradas nos Exus, em suas múltiplas visões, como uma forma de exorcismo e louvação. Além da monumentalidade, há em sua obra uma forte conotação erótica, vital, exacerbando os aspectos masculino e feminino.
GTO (1913 / 1990)
Geraldo Teles de Oliveira nasceu em Itapecerica, Minas Gerais , mudando-se logo para Divinópolis, onde viveu. Depois de exercer diferentes ofícios, conseguiu um emprego de vigia noturno num hospital. Trocando a noite pelo dia, nas poucas horas em que dormia, tinha sonhos reveladores. Em um deles, uma escultura lhe aparecia pronta, em detalhes, acompanhada do sentimento inequívoco de força divina e missão de vida. A partir daí, dedicou-se inteiramente à sua criação artística. Sua obra é marcada, ao mesmo tempo, pelo sincretismo brasileiro e pela universalidade. Em blocos de madeira rendada pela talha aparentemente rude, mas certeira, negros, índios e brancos dançam coreografias imaginárias, reagrupados em totens e mandalas de reminiscências orientais.
S/T, Anos 1970 - Escultura em Madeira
[continua]
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