Foto: Fabíola Silva, 1998
Os desenhos geométricos utilizados na decoração do corpo, da cerâmica, das cabaças e outros itens da cultura material Asurini compreendem um sistema de arte gráfica, com uma gramática própria e cujo conteúdo se relaciona a diferentes sistemas de significação.
Esses desenhos são estilizações de elementos de natureza, bem como representações de seres sobrenaturais ou elementos simbólicos, como Anhynga kwasiat (ser mítico que deu o desenho aos homens) e i (boneco usado nos rituais xamanísticos e que significa também "imagem", "modelo", "réplica do ser humano"), respectivamente.
Esses desenhos são estilizações de elementos de natureza, bem como representações de seres sobrenaturais ou elementos simbólicos, como Anhynga kwasiat (ser mítico que deu o desenho aos homens) e i (boneco usado nos rituais xamanísticos e que significa também "imagem", "modelo", "réplica do ser humano"), respectivamente.
O primeiro motivo aparece também no traçado feito pelos homens, usado na decoração de arcos cerimoniais e enfeites corporais. Da natureza, vários são os elementos estilizados: cipó entremeado na mata (kapuenwi), feijão grande (kumandaoho), pata de jabuti (dzawotsipa(*p)era), rabo de macaco (kaiwarinhyna), favo de mel (ehiraimbawa) e cangote de onça pintada (d(*z)awara(*z)orywa), por exemplo.
Há motivos de desenho que levam o nome de acordo com sua aplicação em determinadas superfícies: tamaki(*z)oak (pintura de perna), kuaipei (desenhos na cabeça), d(*z)a´ek(~y) (cabeça da d(*z)a´é, nome de uma das peças de cerâmica cuja borda se usa este motivo decorativo).
O enfeite labial chamado Tembekwara também é estilizado, representando-se no desenho de uma de suas partes, a qual dá o nome ao motivo: tembekwá reropitá.
O enfeite labial chamado Tembekwara também é estilizado, representando-se no desenho de uma de suas partes, a qual dá o nome ao motivo: tembekwá reropitá.
Na decoração do corpo, o significado dessa manifestação artística está relacionado à categorização social dos indivíduos. Os motivos de pintura são comuns a ambos os sexos. A divisão do corpo, entretanto, como critério de distribuição dos desenhos, difere segundo o sexo.
Entre as mulheres, o ventre é marcado por um desenho que divide a parte da frente do corpo em duas, verticalmente.
Entre as mulheres, o ventre é marcado por um desenho que divide a parte da frente do corpo em duas, verticalmente.
Entre os homens, esta divisão se dá no sentido horizontal, isto é, obedecendo à mesma divisão da tatuagem: o desenho nos ombros (d(*z)etii´iwapawa) e linhas horizontais, de ombro a ombro, delimitam a parte de cima que não é pintada.
A tatuagem marca, no homem, sua participação nas atividades guerreiras e, na mulher, as fases de ciclo de desenvolvimento biológico e social.
A tatuagem marca, no homem, sua participação nas atividades guerreiras e, na mulher, as fases de ciclo de desenvolvimento biológico e social.
* Textos e imagens retirados do site
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