Obras recém-adquiridas pela instituição dividem o térreo do espaço expositivo com objetos da Coleção Rossini Tavares de Lima.
Conheça um pouco mais de alguns dos novos artistas que integram a exposição Novas Aquisições, no Pavilhão das Culturas Brasileiras.
ALCIDES PEREIRA (1932 / 2007)
Alcides Pereira dos Santos nasceu em Rui Barbosa , Bahia, e aos 18 anos se radicou no Mato Grosso. Na década de 1980, inspirado pela vida na metrópole, mudou-se para São Paulo, onde viveu até a sua morte, aos 75 anos. Durante muito tempo trabalhou na roça, sendo mais tarde sapateiro, barbeiro e pedreiro, até descobrir a pintura e se dedicar a ela. Para ele a arte é dom divino e sua pintura, abordando cenas do cotidiano, pretende ser um louvor a Deus. Suas naves imaginárias, aviões, ônibus, barcos têm a força de uma pintura pop, um grafismo ao mesmo tempo rigoroso e poético. Não raro, suas composições se aproximam das narrativas, nas quais pequenas cenas e elementos decorativos são lançados em planos sucessivos, lembrando as histórias em quadrinhos ou as antigas frisas egípcias.
Transbrasil, 1999 - Acrílica sobre tela, 89 x 156 cm. Doação Vilma Eid
ANTÔNIO DE DEDÉ (1953)
Antônio Alves Santos nasceu e vive em Lagoa da Canoa, Alagoas. De origem modesta, é o mais velho dos quatro irmãos ainda vivos. Chegou a iniciar seus estudos na adolescência, deixando-os para trabalhar na roça. Influenciado pelo ofício de carpinteiro do pai, Antônio fabricava ainda criança seus próprios brinquedos. Logo passou a criar bichos e outras figuras para a comunidade. Hoje, viúvo e pai de nove filhos, dedica-se com eles ao cultivo do fumo e do feijão de corda, além de outros vegetais para o consumo doméstico. Entretanto, a escultura passou a fazer parte de seu cotidiano e de toda a família. São animais e personagens diversos, cujos corpos guardam a forma orgânica de origem dos troncos, geralmente policromados. O resultado é de grande simplificação formal, em que se concentram aspectos aparentemente paradoxais, como a rudeza e o refinamento.
Tigre, 2007 - Escultura em Madeira Pintada, 90 x 37 x 170 cm.
ARTUR PEREIRA (1920 / 2003)
Artur Pereira nasceu em Cachoeira do Brumado, distrito da histórica cidade de Mariana, Minas Gerais. Morreu na mesma cidade, aos 83 anos. De família humilde, desde criança trabalhou em várias atividades rurais, como carvoeiro, agricultor, pedreiro, carpinteiro. De sua experiência em fazer gamelas de madeira, passou a criar pequenas figuras de presépio, como santos e bichos. Daí, para a escultura, foi um salto de criatividade natural. Em fins da década de 1960, Artur já esculpia peças mais elaboradas, como pequenos conjuntos de animais, aves e frutos. A partir da década de 1970, seu trabalho cresceu em dimensão e qualidade, realizando grandes troncos rendados, nos quais toda uma flora e fauna se reúnem como uma elegia à natureza. Ao mesmo tempo em que guardam a memória barroca do ambiente de origem, as esculturas de Artur Pereira projetam a modernidade através da economia de formas.
S/T (Tronco com presépio), Anos 1970 - Escultura em Madeira
BAJADO (1912 / 1996)
O pintor Bajado, como ficou conhecido Euclides Francisco Amâncio, nasceu em Maraial, ao sul de Pernambuco. Em 1930, mudou-se para Recife, fixando-se posteriormente em Olinda. Trabalhou como porteiro de cinema e logo começou a pintar placas e cartazes de filmes. A partir de 1960, passou a dedicar-se à pintura sobre Eucatex, retratando cenas da cidade e de suas festas, com aguçado poder de observação, cores puras e formas nítidas. Perfeitamente inserido na vida e nas comemorações do lugar, como o carnaval, Bajado fez de sua obra uma crônica da cidade, intitulando-se “o pintor de Olinda”.
Carnaval na Ribeira, 1980 - Pintura sobre madeira, 88 x 120 x cm.
[continua...]
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